Reunião de 4/3/2015
“2015: um ano difícil de adivinhar”
“O problema do Brasil é mais corporativo que macroeconômico (Petrobras etc.). Se virarmos essa página em 2015, aproveitaremos o ano para edificar as bases do crescimento futuro.”
Desde 2008, os primeiros encontros de cada ano do Núcleo de Altos Temas (NAT) do Secovi-SP destinam-se à análise do cenário econômico e suas perspectivas com a participação do diretor estatutário e economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros.
“As análises de Octavio de Barros têm por lastro o conhecimento adquirido em incansáveis estudos e sólida experiência profissional, razão pela qual são respeitadas por todos”, considerou o coordenador do NAT, Romeu Chap Chap, em encontro realizado dia 4/3, na sede do Sindicato.
Em face do ambiente político e econômico do País, o palestrante foi muito questionado. “As expectativas para 2015 não são nada animadoras. Espera-se o pior desempenho do PIB desde 2009, quando houve queda de 0,3%. Temos crise hídrica; risco de apagão; e reajustes de energia e demais preços administrados elevando a inflação oficial”, disse o presidente do Sindicato, Claudio Bernardes.
“Adicione-se a isso a desconfiança generalizada quanto à condução da política econômica, e temos aí o Brasil mergulhando em uma espécie de letargia. Então, vem a dúvida: o que deverá ser feito para nos tirar dessa situação? A nova equipe econômica de um governo que começa tão desacreditado terá condições para fazer o que é necessário?”, indagou Bernardes.
Embora de acordo com as preocupações, Octavio de Barros aposta na recuperação econômica. “O problema do Brasil é mais corporativo que macroeconômico (Petrobras etc.). Se virarmos essa página em 2015, aproveitaremos o ano para edificar as bases do crescimento futuro. Cabe ao setor real ver este momento como oportunidade de adotar estratégias ousadas. Há muitas empresas pessimistas, mas nenhuma delas sem esperança. É preciso evitar que a Petrobras contagie o Brasil que, aliás, continua atraindo investimento estrangeiro direto. Os empresários mais experientes já estão olhando para frente.”
Para o economista, o ministro da Fazenda Joaquim Levy e sua equipe estão determinados em fazer os ajustes, acabar com a zona de conforto e dar fim às ‘muletas’ dos subsídios e proteções. “Levy, para quem o setor privado deve assumir o protagonismo nos investimentos, acredita que conseguirá aprovar no Congresso pelo menos 70% de suas propostas, com apoio da oposição esclarecida.”
Barros defende uma ‘fotografia sem retoques’ dos problemas, atacar suas causas e construir uma plataforma para os próximos anos, alicerçada em quatro pilares: a recuperação das finanças públicas; a confiança dos agentes econômicos; a credibilidade da política econômica; e uma agenda de longo prazo baseada em produtividade.
“É claro que 2015 não será fácil. Estima-se queda de 1,5% no PIB e de 4% na indústria; menor crescimento do salário real e mais desemprego. Porém, passado o primeiro semestre, com os preços administrados ajustados, o quadro deve melhorar. Assim, não cabe nem pessimismo nem otimismo, mas o ‘realismo esperançoso’ do escritor Ariano Suassuna”, resumiu.
Leandro Vieira/Silvia Carneiro
Assessorias de Comunicação e Institucional
Galeria de Fotos
Fotos: José Carlos Tafner Jorge
Download – Apresentação Octavio de Barros

Download – Pronunciamento Romeu Chap Chap

Download – Pronunciamento Claudio Bernardes
