Reunião de 30/9/2011
“SP 2040 une governos municipal e estadual”

Em dezembro de 2010, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem, anunciaram, na sede do Secovi-SP, um programa de discussões estratégicas para a cidade, intitulado “SP 2040”.
No dia 30/9/11, ambos retornaram ao Sindicato para detalhar o progresso do projeto, agora ao lado do vice-governador do Estado de São Paulo, Guilherme Afif Domingos.
“Sempre ouvimos falar da necessidade de um grande pacto social para promover o desenvolvimento. São Paulo 2040 pode ser esse pacto, e os governos estadual e municipal estão irmanados por essa causa”, afirmou Romeu Chap Chap, presidente do Conselho Consultivo do Secovi-SP e coordenador do Núcleo de Altos Temas (NAT), cujos integrantes se somaram aos associados e demais convidados do Sindicato em mais uma reunião da política “Olho no Olho”, liderada pelo presidente da entidade, João Crestana.
O SP 2040 é um plano de longo prazo com vistas à ampla transformação da cidade nas próximas décadas, com adoção de novas formas de organização social, econômica, urbana e ambiental, que resultem em melhores condições de vida para a população.
Para subsidiar as proposições e os cenários, foram realizados diagnósticos, projeções e estudos por uma equipe da Universidade de São Paulo, que ouviu mais de 300 especialistas e lideranças sociais e empresariais. Agora, começa a jornada de debates e consultas públicas, a partir de uma pergunta comum para todos que vivem em São Paulo: qual é a cidade que queremos?
De acordo com João Crestana, o Secovi-SP pode contribuir imediatamente nessa discussão. “Acabamos de promover mais uma edição do Fórum Urbanístico Internacional (20/9), onde experiências locais e internacionais foram debatidas em profundidade, com ênfase à mobilidade e às parcerias público-privadas (PPPs) para viabilizar projetos de moradia, comércio e transporte”, relatou.
Em Hong Kong, onde o transporte público de qualidade tem sido essencial para o sucesso econômico, as PPPs permitiram integrar metrô, trem, ônibus, micro-ônibus, barcos e táxis. Poucas pessoas possuem carro, pois o sistema atende cerca de 90% da população. “Mas isso só foi possível em razão de um bom planejamento”, considerou Crestana.
Cidades planejadas para os pedestres foi outro aspecto destacado no Fórum, onde é clara a orientação para o transporte coletivo e para as pessoas, bem como estacionamento inteligente, conforme demonstra bem-sucedida experiência da Filadélfia (EUA).
“Temos de devolver as cidades aos seus legítimos donos: os cidadãos. As experiências com modelos alternativos de transporte, como BRT (Bus Rapid Transit), Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ou o TRAN espanhol, cujo princípio técnico é basicamente o mesmo dos bondes que circularam na Capital até meados dos anos 1960, tem de ser consideradas no SP 2040”, ponderou o presidente do Sindicato.
“Em Paris, empresários imobiliários recebem incentivos fiscais, que podem chegar a 100%, para empreendimentos localizados num raio de 500 metros das estações do metrô. Muitos estacionamentos foram retirados de ruas e praças, sendo substituídos por parques e bicicletários. Bicicleta, aliás, é alternativa de mobilidade a ser avaliada, à luz do princípio de cidades compactas e sustentáveis, onde moradia, trabalho, saúde, educação e cultura estão reunidos. Existem soluções. É hora de estudá-las e identificar as que mais se adaptam a nossa realidade” concluiu Crestana.
Silvia Carneiro
Assessora de Assuntos Institucionais/Secovi-SP











